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Palavra fiel

Leia o Salmo 119.88-93

[...] eu sou o Senhor, que te sara. Êxodo 15.26
O ano de 2006 foi, para mim e minha família, cheio de altos e baixos. Além das lutas comuns a todos nós, minha filha ? Sofia, mãe de três filhos menores ? teve um começo de câncer de colo de útero, o que nos trouxe grandes transtornos emocionais. Ao tomarmos ciência do diagnóstico, ficamos como que paralisadas. Apegamo-nos à Palavra de Deus em busca de um milagre. Nossa intimidade com o Senhor, por meio das orações e da meditação na Sua Palavra, tornou-se a nossa respiração e o nosso alimento diários. O Senhor nos ouviu e colocou à disposição de minha filha uma irmã e amiga de nossa igreja ? Ester, voluntária da Rede Feminina de Combate ao Câncer, que se prontificou a levar Sofia para fazer exames periódicos no Hospital do Câncer, em São Paulo, e, posteriormente, para extrair a área afetada. Hoje, bendigo ao Senhor, porque fez florescer novamente a alegria em nosso coração. Minha filha está curada, graças à Sua maravilhosa providência (Gênesis 22.8), à atitude amorosa de nossa irmã Ester (Gálatas 6.10) e de toda a igreja, nas orações, nas visitas e nas palavras de estímulo. 
Oração: Querido Deus, nosso coração transborda com ações de graças e louvor quando Te levantas e fazes o que não podemos fazer por nós mesmos. Em nome de Jesus. Amém.
Pensamento para o dia: Não sabemos qual é o plano de Deus para hoje, mas sabemos que Ele nos ama.
Hildete Lima Galvão (Suzano, SP, Brasil)
Oremos pelas pessoas enfermas de câncer e por seus familiares.
Medite: Mateus 12

O MAIOR DOS DESAFIOS PARA A VIDA DO SER HUMANO


Mateus 6. 19-21

É natal! E daí? Alguém pode perguntar. “Um natal a mais, um natal a menos, que diferença isto faz?” “Isto é apenas um motivo para aumentar a venda no comércio, não existe mais o verdadeiro sentido do natal”, pode alguém comentar.

O desafio para nós que cremos em Deus é resgatar o verdadeiro propósito do natal. É resgatar para os dias atuais, a verdadeira motivação que levou Deus a irromper na história da humanidade, para mudá-la, para transformá-la, dando a ela uma esperança concreta de salvação e redenção.
Natal é investir em vidas
Natal é crer e investir no Reino de Deus
Natal é deixar-se levar pelos valores divinos
Natal é descortinar um horizonte mais amplo do que aquele visto pelos olhos humanos. É sobre isto que eu quero falar a vocês nesta noite.

1. UMA HUMANIDADE EMPOBRECIDA PELO PECADO
- Estávamos mortos nos nossos delitos e pecados.
- Cada um se desviava pelo seu caminho.
- Não havia mais limites ou barreiras que o ser humano respeitasse.

2. UM DEUS RICO EXEMPLIFICA O AMOR
- 2 Co 8.9 - “Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesu Cristo que sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos.”
- Isaías 55. 7 - “O nosso Deus é rico em perdoar.”
- Efésios 2.4-5 - “Mas Deus sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo.” 
- Aqui está a verdadeira história do Natal, que não tem sido contada: Um Deus rico empobrece-se a si mesmo para que a humanidade pudesse readquirir o verdadeiro propósito da vida.
Assim sendo, concluímos que NATAL é investir em vidas.

3. O NOSSO DESAFIO NÃO É SOMENTE REDESCOBRIR O SENTIDO DO NATAL, MAS IMITAR AQUELE QUE NOS DEU O NATAL.
- O texto lido aparentemente não tem nada a ver com o natal. Mero engano, pois ele resume tudo o que o Natal realmente é. Deixe-me ajudá-lo a entender isto numa breve análise destas palavras de Jesus.
( 1 ) Jesus menciona sobre somente dois lugares possíveis para ajuntar bens e riquezas: terra e céu.
- na terra, adverte ele, esses bens vão se acabar, pois eles são de natureza essencialmente perecíveis. É portanto um absurdo, no pensar de Jesus, que alguém ocupe toda a sua vida, energia, disposição, tempo, para acumular coisas que vão se acabar.
- no céu, ensina Jesus, os bens e tesouros acumulados não vão sofrer dos problemas que atingem os bens terrenos. Estes bens estão a espera dos seus donos.
( 2 ) Jesus ensina uma lição preciosa: onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. Lutero: Onde está o teu coração está o teu Deus. 
- Existe aqui uma ação/reação: Onde está o teu tesouro está o teu coração. Onde está o coração está o tesouro. 
- Aqui está o real desafio do ser humano: descobrir para qual lugar (terra/céu) o coração se inclina e passar a investir naquele lugar.
- Nós já vimos exemplo no próprio Deus: o seu coração estava comprometido com o ser humano, e ele investiu o seu único Filho para mostrar a seriedade do seu compromisso.
( a ) Conde Nícolas Zinzendorf ( 1700-1760 ) - Homem rico, formado em Direito, que vendo a necessidade de irmãos que eram perseguidos por causa da piedade, compra uma fazenda e a torna em lugar de refúgio. Os seguidores de Zinzendorf foram os mais ativos missionários que a história jamais conheceu, alguns deles se fizeram escravos para evangelizar os escravos.
( b ) Francisco de Assis ( 1761-1834 ) - Membro de uma família rica, vivendo frugalmente, até que tem uma experiência em Roma de viver por um dia como mendigo. Noutra ocasião abraçou um leproso. Mais tarde faz uma generosa oferta para reparar a igreja da sua cidade. Foi deserdado pelo pai. Funda a Ordem dos Franciscanos, levando até às ultimas conseqüências o voto de pobreza que assumiu.
( c ) William Carey ( 1761 - 1834 ) - Pregador e professor durante o dia, sapateiro durante a noite. Sem ir a escola aprendeu o Grego, Hebraico, Latim, Holandês e Francês. Desenhou o mapa do mundo em couros, apontando lugares onde os povos precisavam do evangelho. Em 1792 foi para a Índia, onde aprendeu o Sânscrito, Bengales, Marathi, Telugu e Botani. Foi instrumento em abolir o “sutee”, ritual Hindu que cremava a viuva junto com o caixão de enterro do marido.
- Estas pessoas se fizeram semelhantes a Deus e investiram naquilo que mais agrada a Deus - a redenção do ser humano. 
- Elas ajuntaram tesouros no céu. E nós podemos imaginar a recepção que elas tiveram no reino celestial, quando puderam contemplar todas as pessoas que ouviram o evangelho através de algo que fizeram.

CONCLUSÃO
- Nós vivemos numa época sem precedentes na história da humanidade.
- Existe uma grande sede pela palavra do Senhor
- O que Deus quer agora é pessoas que entendam o que significa NATAL e invistam no reino.
- Onde está o teu tesouro aí estará também o teu coração.
Antonio Carlos Barro
www.sermao.com.br

A BÍBLIA



Bom ainda há nos dias atuais muitas pessoas que não crêem na veracidade das Escrituras Sagradas e o mais alarmante é que grande parte desse contingente e constituído do próprio povo de Deus. Veja a seguir algumas particularidades que te ajudarão a crer na Bíblia como sendo a palavra de Deus - A Bíblia ou Septuaginta é formada por sessenta e seis livros, o vocábulo Bíblia vem do grego Biblos ou Biblion, que significa coleção de pequenos livros. Bíblia como a conhecemos teve cerca de quarenta escritores reconhecidos. Sim a Bíblia foi escrita por mãos humanas mas o que há de singularidade nisso é que seus autores viveram em épocas, paises, cidades e gerações diferentes. Porém quando unidas as obras literárias destes, podemos sentir a harmonia como se de comum acordo todos escrevessem. As primeiras Escrituras foram lavradas em papiro ( planta nativa da época e das circunvizinhanças de Jerusalém) ou pele de animais curtidas ela levou dezesseis séculos pra ser concluída.


Veja a seguir algumas curiosidades Bíblicas: 
·       A Bíblia foi o primeiro livro impresso no mundo isso se deu no século dois. quando os chineses inventaram a fibra de celulose (papel).
·       A Bíblia até hoje é o livro mais atual que existe e o mais vendido no mundo.
·       A Bíblia tem1.189 capítulos.
·       A Bíblia tem 31.173 versículos.
·       A palavra não temas pode ser encontrada 365 vezes em toda a Bíblia, ou seja, em cada dia do ano corrente você não tem por que temer. Espero em  Deus ter tido êxito em poder ajudar você amigo e irmão em Cristo  e que a cada dia você possa crescer na graça e no conhecimento fraternalmente.

Autor:  Pastor Marcelo Oliveira
Presidente da Missão Evangélica Eklesia



DEIXEMOS CAIR NOSSAS MÁSCARAS


 O sermão daquela noite calou no coração do novo convertido. A pastora incentivava os ouvintes a visitarem os excluídos, descamisados e pedintes. As portas do templo estariam abertas para recebê-los. “São pessoas que precisam de nossa atenção, carinho e assistência”. Imitemos Jesus, vamos ao encontro deles – dizia a pregadora.
 Enlevado por tão nobre sentimento de amor cristão, o recém-convertido lançou a sua rede. Conversou com homens sem emprego e sem teto, moradores de rua, e os convenceu a visitar a igreja. Ardiam no seu peito as sábias palavras da pastora.
 Certa noite, uma hora antes de iniciar o culto, os mendigos chegaram ao templo. Orientados e dirigidos pelo jovem irmão, os visitantes, trajando suas melhores vestes, foram direto para o banheiro. Tomaram um gostoso banho e se deram ao luxo de usar um bom sabonete e toalha limpa. Depois da limpeza do corpo, viria a limpeza espiritual. Ficaram sentados na primeira fila. O novo convertido aguardava ansioso o momento de comunicar a sua obra à pastora. Receberia elogios de seus líderes; os demais irmãos iriam seguir seu exemplo; aqueles homens iriam receber com alegria a Palavra; mudariam de vida; uma comissão seria formada para dar assistência contínua aos excluídos, agora nossos irmãos em Cristo; haveria grande alegria no céu; os anjos diriam amém.
 Enquanto sonhava, alguém bateu no seu ombro:
- Olha, meu chapa, vá ver a sujeira que essa gente que você trouxe fez no banheiro! Era o irmão-zelador. E disse mais: - Da próxima vez que trouxer esse pessoal, você mesmo vai limpar tudo!


 Essa foi a primeira decepção. A outra foi ver o desconforto que aqueles pobres causaram à congregação. Os visitantes ficaram isolados. Ninguém os cumprimentou. Nem a pastora. Ao contrário, havia um ar de reprovação à presença de pessoas de classe social tão baixa. As senhoras e donzelas, com jóias caras e ricos vestidos, fulminavam os mendigos com olhares furtivos de repugnância. Igual procedimento seria dispensado a um político de terno e gravata que ali estivesse pela primeira vez?
 O humilde líder dos miseráveis começou a tremer nas bases. Não estava acreditando. Então, é tudo mentira no Cristianismo? São sepulcros caiados? São todos hipócritas? Não, não pode ser. Vou falar com a pastora. Falou e ouviu:
- Meu irmão, as coisas não são bem assim. Você agora trouxe oito mendigos; amanhã outros virão. Não temos estrutura para isso. É certo que preguei aquele sermão, mas foi em tese.

 Como é difícil ser verdadeiro cristão, pois “aquele que diz que está nele também deve andar como Ele andou” (1 Jo 2.6).
 Em outro momento, em outra igreja, um irmão mostrou-se insatisfeito com seu trabalho de “evangelizar os pobres”. Segundo ele, “pobre não dá retorno financeiro”. Eis a causa. Melhor é fazermos reuniões com empresários. A estes, afagos, abraços, lisonjas, sorrisos, cumprimentos cordiais. Àqueles, um prato de sopa, uma moeda, um “Deus-te-favoreça”, com que nos livramos temporariamente do peso da consciência.
 Tiremos nossas máscaras e, sem vergonha, reflitamos sobre nossa condição de “desgraçado, miserável, pobre, cego e nu”. Os pobres, tanto quanto os ricos, precisam de Cristo. Igreja é lugar de conserto, de renovação, de nova vida, de compaixão, de amor e misericórdia. Que venham todos comer do pão da vida. Venham os sedentos, os tristes, oprimidos e desconsolados, “porque o meu jogo é suave, e o meu fardo é leve”.

Autor:  Pr. Airton Evangelista da Costa

IMAGEM CONGELADA



 Faz parte de nossa natureza caída, de nossos sentimentos imperfeitos, idiossincrasias e idiotices.
 Um humilde homem nos visitou e manifestou interesse em ser membro de nossa igreja. Ele passara a trabalhar num sítio na vizinhança. Semanas depois, um líder religioso da congregação da qual participava referido irmão, procurou-nos para nos alertar: “Esse irmão cometeu adultério, não participa da Ceia; cuidado”. Considerei esse alerta como uma perseguição, um modo de policiar a vida das ovelhas; uma espécie de tribunal inquisitório.
 Conversei com o “réprobo” pecador. Estava separado da mulher, cometeu alguns pecados, mas já se arrependeu e está em plena comunhão com Deus.
Não raro acontece esse tipo de julgamento. Guardamos a máxima popular de que “pau de nasce torto não tem jeito, morre torto”. Mas a Palavra nos ensina o contrário. Jesus aprendeu com seu pai, José, carpinteiro, a corrigir as imperfeições do rude tronco. Impulsionado pelo Espírito, periodicamente o crente desce à olaria para que o vaso de barro seja remodelado e consertado. Tal ocorre porque os vasos de honra ficam sujeitos às tentações e intempéries da vida.
 Guardamos no cofre da nossa mente, a sete chaves, aquele conceito antigo, aqueles caracteres defeituosos, a imagem que fizemos das pessoas, quer por informações de terceiros, quer por observação direta. Passados dez anos, a imagem daquele pecador, daquele adúltero, daquele mentiroso ainda está intacta em nossa mente. Nossa mente é um frigorífico que congela imagens, principalmente as negativas.
Seria desastroso se Deus congelasse a nossa imagem de homem rebelde. Na Sua mente, ainda estaríamos escravos do pecado. Mas graças ao Seu plano de redenção, o pecador pode ser resgatado e regenerado.
 Muitos congelam, também, ódios e ressentimentos, obstáculos à liberação de perdão. A raiva fica petrificada, machuca o coração e impede o crescimento espiritual. Todavia, do nosso interior deverão fluir “rios de água viva”, onde não há lugar para imagens congeladas.

Autor: Pr. Airton Evangelista da Costa

O PESO DE UM PEDAÇO DE PAPEL


 Uma pobre senhora, com visível ar de derrota estampado no rosto,  entrou num armazém, aproximou-se do proprietário, conhecido pelo seu jeito grosseiro, e lhe pediu fiado alguns mantimentos, argumentando sobre a enfermidade de seu marido e sua conseqüente impossibilidade de prover o sustento da família.
 O dono do armazém zombou dela e pediu para que se retirasse do seu estabelecimento. Pensando na necessidade da sua família, a pobre mulher implorou:
 — Por favor, senhor, eu lhe darei o dinheiro assim que tiver.
 Mas ele lhe respondeu que ela não tinha crédito nem conta em sua loja.
 Em pé, no balcão ao lado, um freguês que ouvia a conversa entre os dois, aproximou-se do dono do armazém e lhe disse que ele deveria dar o que aquela mulher necessitava para a sua família, por sua conta.
 Então, o comerciante falou meio relutante para a pobre mulher:
— Você tem uma lista de mantimentos?
 — Sim! — respondeu ela.
 — Muito bem, coloque a sua lista na balança e o quanto ela pesar eu lhe darei em mantimentos!
 Não compreendendo a proposta, a pobre mulher hesitou por uns instantes e, com a cabeça curvada, retirou da bolsa um pedaço de papel e nele escreveu alguma coisa, depositando-o, em seguida, na balança. Os três ficaram admirados quando o prato da balança, com o papel, desceu e permaneceu embaixo.
 Completamente pasmo com o marcador da balança, o comerciante se virou lentamente para o seu freguês e comentou, contrariado:
— Eu não posso acreditar!
 O freguês sorriu e o homem começou a colocar os mantimentos no outro prato da balança e, como a escala da balança não equilibrava, pendendo sempre para o lado do pedaço de papel, ele continuou colocando mais e mais mantimentos até não caber mais nada.
 O comerciante ficou parado ali por uns instantes olhando para a balança, tentando entender o que havia acontecido, até que finalmente pegou o pedaço de papel da balança e ficou espantado. Não era uma lista de compras, mas, sim, uma oração, que dizia: “Meu Senhor, o Senhor conhece as minhas necessidades e eu estou deixando isso em suas mãos...”.
 O homem deu as mercadorias para a pobre mulher no mais completo silêncio, que agradeceu e deixou o armazém.
 O freguês pagou a conta e disse:
— Valeu cada centavo. Só Deus sabe o quanto pesa uma oração.
 Ao terminar de ler esta mensagem, faça uma oração. É só isso o que você deve fazer. Não existe impossível para DEUS! Jamais desista daquilo que você realmente quer.
Lembre-se, a pessoa que tem grandes sonhos é mais forte do que aquela que possui todos os fatos.

Autor: Desconhecido

NOSSAS CICATRIZES


"Há alguns anos, em um dia quente de verão, um pequeno menino decidiu ir nadar no lago que havia atrás de sua casa. Na pressa de mergulhar na água fresca, foi correndo e deixando para trás os sapatos, as meias e a camisa.
Voou para a água, não percebendo que enquanto nadava para o meio do lago, um jacaré estava deixando a margem e entrando na água. Sua mãe, em casa, olhava pela janela enquanto os dois estavam cada vez mais perto um do outro.Com medo absoluto, correu para o lago, gritando para seu filho o mais alto quanto conseguia. Ouvindo sua voz, o pequeno se alarmou, deu um giro e começou a nadar de volta ao encontro sua mãe. Mas era tarde. Assim que a alcançou, o jacaré também o alcançou. 
A mãe agarrou seu menino pelos braços enquanto o jacaré agarrou seus pés.Começou um cabo-de-guerra incrível entre os dois. O jacaré era muito mais forte do que a mãe, mas a mãe era por demais apaixonada para deixa-lo ir. 
Um fazendeiro que passava por perto, ouviu os gritos, pegou uma arma e disparou no jacaré. De forma impressionante, após semanas no hospital, o pequeno menino sobreviveu. Seus pés extremamente machucados pelo ataque do animal, e, em seus braços, os riscos profundos onde as unhas de sua mãe estiveram cravadas no esforço sobre o filho que ela amava.
Um repórter de jornal que entrevistou o menino após o trauma, perguntou-lhe se podia mostrar suas cicatrizes. O menino levantou seus pés. E então, com óbvio orgulho, disse ao repórter - Mas olhe em meus braços. Eu tenho grandes cicatrizes em meus braços também. Eu as tenho porque minha mãe não deixou eu ir.
Você e eu podemos nos identificar com esse pequeno menino. Nós também temos muitas cicatrizes. Não, não a de um jacaré, ou qualquer coisa assim tão dramática. Mas as cicatrizes de um passado doloroso, algumas daquelas cicatrizes são feias e causam-nos profunda dor.
Mas, algumas feridas, meu amigo, são porque DEUS se recusou a nos deixar ir. E enquanto você se esforçava, Ele estava lhe segurando.
Se hoje o momento é difícil, talvez o que está te causando dor seja Deus cravando- lhe suas unhas para não te deixar ir, lembre-se do jacaré e muito mais Daquele que mesmo em meio a tantas lutas nunca vai te abandonar e certamente vai fazer o que for necessário para não te perder, ainda que para isso seja preciso deixar-lhe cicatrizes".
Cicatrizes? Eu as tenho aos montes. As das pernas produzem lembranças amargas e mais arrependimento ainda...mas são anuladas pelo doce lembrança do resgate. Vivemos assim nesse mundo dúbio não de fé, mas de lembranças. As cicatrizes das pernas fazem-nos recordar do tempo em que descíamos o poço. Quanto mais descíamos, mais queríamos descer para conhecermos mais trevas. Estávamos sendo puxados para baixo. Todavia, antes que se partisse o fio de prata uma luz brilhou na entrada do poço profundo e fomos puxados com mão forte para o Reino da Luz. 

Autor: desconhecido

O que é Missão?[1]

Segundo o professor Rui de Souza Josgrilberg, no livro Nós e a Missão, “A missão é a razão principal da existência da comunidade de fé... Tudo o que se faz na comunidade é feito em função da Missão.” Neste sentido, toda a ação da Igreja, seus planejamentos e objetivos devem girar em torno da missão.

Para facilitar a compreensão do seu objetivo missionário, algumas comunidades de fé têm o costume de elaborar uma declaração de propósitos. Esta declaração de propósitos tem a finalidade de nortear os projetos e a forma da igreja agir, ela também tem a finalidade de facilitar a compreensão dos seus membros quanto ao objetivo principal de sua existência.

Neste caso, todos os projetos, teologia e ação da Igreja devem girar em torno desta declaração de propósitos. Quando analisamos nossos documentos, nós percebemos que a Igreja Metodista não está aquém desta questão que para muitos é o auge dos projetos de crescimento e desenvolvimento da Igreja. Pelo contrário, antes mesmo de muitos livros serem escritos a este respeito, antes mesmo deste tipo de ação ou pensamento entrar em voga, a Igreja Metodista já possuía muito bem clara sua definição de missão numa declaração de propósitos:

“A Igreja Metodista tem como principal missão participar da ação de Deus no seu propósito de Salvar o mundo. A Igreja Metodista faz isso realizando cultos, pregando o Evangelho, ministrando os sacramentos, ensinando os membros da igreja e capacitando-os para os diversos ministérios” (Art. 3º da Constituição da Igreja Metodista).

“A missão de Deus no mundo é estabelecer o seu Reino. Participar da construção do Reino de Deus em nosso mundo, pelo Espírito Santo, constitui-se na tarefa evangelizante da Igreja” (Plano de Vida e Missão da Igreja).

Para nós, metodistas, e com base na revelação das Escrituras, a força da missão e o seu principal fator motivador em nossas vidas, reside no fato de que o próprio Deus é um Deus missionário. Neste caso, qualquer envolvimento com o Deus da Bíblia, significa envolver-se num grande projeto missionário.

O Deus missionário que aparece de Gênesis a Apocalipse em nossas Bíblias, é sempre aquele que vem até nós, nos transforma pelo seu poder restaurador e por fim nos envia. Não dá pra fugir desta dinâmica. Envolver-se com o Deus da Bíblia significa estar sujeito e disposto ao envio missionário. 

“Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito” (Ex 3. 10). Biblicamente e teologicamente, não dá pra envolver-se com aquele que é o Grande Missionário e não ser influenciado ou impactado pelo amor à missão.

Entender o significado Bíblico, Teológico e Prático da missão é de vital importância para nós, especialmente neste curso, para entendermos o que de fato significa Evangelizar. Segundo consta num dos nossos documentos (PVMI): “A Evangelização, como parte da Missão, é encarnar o amor Divino nas formas mais diversas da realidade humana, para que Jesus Cristo seja confessado como Senhor, Salvador, Libertador e Reconciliador. 

A Evangelização sinaliza e comunica o amor de Deus na vida humana e na sociedade através de adoração, proclamação, testemunho e serviço” (grifo meu). Segundo o Plano para Vida e Missão da Igreja, a Evangelização é apenas uma parte da missão, ela não é a missão, a missão é algo bem mais abrangente, maior. 

De certa forma, a Evangelização é um agente da missão, e para que este agente desempenhe sua tarefa adequadamente, é preciso que nós compreendamos o verdadeiro sentido da missão. Para isso, eu gostaria de extrair alguns fatores que são importantes para o nosso estudo baseado na experiência de Moisés com Deus: Êxodo capítulo 3 e 4.

1- Deus vai Sempre ser o Missionário por Excelência
A missão vai ter sempre o seu início naquele que é o missionário por excelência, o próprio Deus. Neste caso, precisamos entender com clareza que “a missão é anterior ao povo de Israel e a Igreja; ela começou com Deus em sua interação de Criador e com o seu amor” . 

A missão nasce então, do envolvimento de Deus com sua criação, trata-se de um envolvimento profundo, um envolvimento de amor cuja finalidade é a promoção do ser humano. O que deve mover o ardor missionário e com ele a evangelização, não é o desejo de encher a igreja de membros, mas o amor pelas almas associado ao desejo de promovê-las. 

Isto é, elevar seu nível e qualidade de vida. Trata-se aqui de pensarmos em missão num sentido integral, cuja finalidade é a promoção total do ser humano, envolvendo-o e transformando-o no âmbito religioso, social, político, étnico e ético.

Quando analisamos a Palavra de Deus, nela nós percebemos que o primeiro gesto missionário de Deus aconteceu na criação. Depois de ter criado todas as coisas através da Palavra. Deus decide criar o ser humano. Mas esta criação se dá de forma especial. O texto bíblico nos diz: “façamos o homem...” (Gn 1. 27). 

Este ser humano foi feito. Não de qualquer forma, mas muito bem trabalhado... À imagem de Deus... Ao criar o ser humano, de forma única e especial, do barro, Deus estava envolvendo-se com ele no sentido de promovê-lo. Na criação, Deus tem suas mãos envolvidas pela humanidade e a humanidade é envolvida pelas mãos de Deus.

Paulo também utiliza uma expressão que é interessante no grego: “Pois somos feitura dele...” poiema (feitura) trata-se de uma palavra bem sugestiva, que nos remete a um tipo de criação realizada num momento de profundo amor ou inspiração, quase um poema.

Participar da missão significa participar ao lado de Deus de sua intenção de promover e amar o ser humano. Neste sentido, a missão da Igreja e ao seu lado a evangelização, vão ser sempre um movimento voltado para a promoção da vida e da dignidade do ser humano no seu mais alto nível. Neste caso, a evangelização não acontece apenas no âmbito pessoal, individual, mas ela alcança:
· A cultura;
· A política;
· A ética e a moral.
A Igreja é conclamada por Jesus a ser sal a luz no “mundo”. Ela é desafiada a transformar não somente as pessoas, mas o meio em que a Igreja e cada pessoa está inserida.

2 - Participar da Missão Implica num Despertamento e num Encontro com o Deus Missionário
Nós poderíamos dividir a vida de Moisés em três fases importantes:
1ª fase: seu nascimento e criação no Egito;
2ª fase: descoberta de sua identidade israelita, a morte do Egípcio e a fuga para o deserto de Mídiã, ali ele vive por aproximadamente 40 anos;
3ª fase: o encontro com Javé e o envolvimento no projeto de libertação do povo (Êxodo). Gostaria de chamar a atenção de todos para a 2ª e 3ª fase da vida de Moisés.

A descoberta da identidade Israelita de Moisés
Moisés é o grande líder de Israel, e o movimento liderado por ele, o Êxodo, constitui-se na base de toda a formação teológica do povo de Israel. Após uns 40 anos de vida, sob o cuidado da realeza egípcia, Moisés descobre que é um filho adotado, e que o seu verdadeiro povo era o povo que estava sendo oprimido ali no Egito.

Os israelitas eram seus verdadeiros irmãos e irmãs, gente de sua gente... Esta descoberta o fez sentir algo diferente, a ponto dele levantar-se contra um dos soldados de faraó e mata-lo (Ex 2. 11-12) para defender um israelita. O envolvimento missionário surge quando descobrimos que o outro é gente de nossa gente.

O relato diz que o feito foi descoberto, Moisés foge para Midiã e ali fica cerca de 40 anos. Durante todo esse tempo Moisés não se lembrou ou não se preocupou com a situação do seu povo. Entretanto, tudo mudou em sua vida a partir do momento em que ele teve seu despertamento através do encontro com Javé. Foi justamente a partir do seu encontro com Deus que Moisés aceita o desafio e se envolve plenamente com a Missão. Moisés nos ensina duas lições:
1. Envolvimento com a missão sem envolvimento com Deus não perdura: Acho que a grande dificuldade da Igreja e de muitos em diversos momentos reside nesta questão. Nós descobrimos que aqueles que estão oprimidos são nossos irmãos e irmãs, ficamos revoltados e interessados em ajudar, nos envolvemos por um breve momento. Mas em meio aos desafios fugimos nos acomodamos e nos esquecemos. Nesta fase de sua vida Moisés ainda não conhecia a Javé.
2. Participar plenamente da missão implica num encontro com Javé: Foi no encontro com Deus que Moisés se envolveu definitivamente com a missão. Foi no diálogo com Javé que Moisés redescobriu que o seu povo ficara no Egito. E que era preciso retornar e participar do movimento de libertação do povo.

3- A Missão Exige Envolvimento Pleno
Não é possível fazer missão sem se envolver plenamente na missão. Moisés teve de voltar para o Egito. Ele não podia fazer missão em Midiã. Nós nos enganamos quando pensamos que é possível fazer missão sem sair da Igreja. A missão, e associada a ela, a evangelização deve acontecer onde o povo oprimido está. 

A missão não acontece dentro da Igreja, mas no mundo. No lugar onde o povo oprimido levanta o seu clamor. Este tipo de envolvimento pleno é-nos demonstrado pelo próprio Deus:
· No ato da criação: ao moldar o ser humano no barro: Deus se mistura à nossa humanidade e a nossa humanidade se mistura com Deus; Esta mistura ganha seu ápice na Encarnação do Verbo ( Jesus);
· Nos verbos apresentados a Moisés: Eu vi a aflição do meu povo; Eu ouvi o seu clamor; Eu desci pra livrá-lo da mão dos seus exatores. Sem um envolvimento pleno não há possibilidade da realização da missão. E nós devemos ter em mente que, em primeiro lugar, este envolvimento pleno parte do próprio Deus. 

E o nosso envolvimento é motivado pela certeza que Deus já está envolvido no projeto de libertação do ser humano; Ele desceu para promover o livramento, ou à luz do Evangelho de João: “o Verbo se fez carne e habitou entre nós...” (Jo 1. 14). O Deus da Bíblia vai ser sempre conhecido como uma presença viva “Eu estou porque Estou” (Ex 3. 14).

A Igreja precisa redescobrir o Deus do Êxodo (Javé) e o Deus Encarnado (Jesus). Algo que tem me preocupado muito nos últimos dias, especialmente refletindo mais sobre a missão e a evangelização, é o fato de que uma boa parte da teologia que é pregada, ensinada e cantada em nossas comunidades de fé fala ou transmite a idéia de um Deus puramente transcendente.

Embora a transcendência seja sempre um elemento característico de Deus. O apóstolo Paulo canta esta inacessibilidade profunda em sua carta aos Romanos: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos”(Rm 11. 33). É preciso termos em mente que este Deus inacessível em sua transcendência se fez carne e habitou entre nós. Ele assumiu nossa humanidade para nos revestir de sua divindade.

Ficar preso ou enfatizar apenas a transcendência de Deus em muitos casos significa tirar Deus do nosso meio e aprisioná-lo no céu. É muito bom cantarmos com a Ana Paula Valadão: “Quero subir, ao monte santo de Sião e entoar um novo cântico ao meu Deus”. Mas também é preciso cantar: Quero descer do monte santo de Sião e encontrar o povo do Senhor... No Egito. Porque Javé ouviu o seu clamor e desceu do monte de Sião para livrá-lo da mão dos seus exatores.

Este tipo de teologia que nos tem sido ensinada é comodista e não reflete a vontade e o desejo de Deus. O encontro com o Senhor no monte é necessário, mas para nos revelar que Javé é aquele que desce, e nos chama para descermos com ele: “Vem, agora, e eu te enviarei a faraó... Eu serei contigo...” (Ex 3. 10a e 12b). O Deus da Bíblia vai ser sempre uma presença viva. E esta presença vai sempre motivar o ser humano à missão.
A verdadeira missão/evangelização deve obedecer à dinâmica da ação instituída por Deus:
· Eu vi a aflição do meu povo: na experiência do Êxodo, Deus nos mostra como deve acontecer a missão. Ela nasce em primeiro lugar da percepção. “Eu vi a aflição...” Sem percepção não há missão. Se a igreja não ver as situações de sofrimento e se estas situações não incomodar seu coração, ela nunca irá fazer missão.
· Eu ouvi o seu clamor: a missão é desenvolvida não sobre os interesses da Igreja, mas em torno das necessidades do ser humano. “Eu ouvi o seu clamor...” acima de tudo, a igreja precisa entender qual é o clamor do mundo, do país, da cidade, do bairro. É em torno do clamor do ser humano que nós devemos levar a mensagem de libertação e salvação. 

No Egito, o povo clamava por libertação, por dignidade, e foi em torno desta necessidade que Moisés e Arão proclamaram as palavras de Javé. Não é à toa que Jesus ao proferir seu primeiro discurso na Galiléia disse: Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça; bem-aventurados os que choram etc. 

Ele estava falando para um povo que necessitava de tudo isso. É em torno do clamor do ser humano que nós devemos desenvolver a nossa mensagem na missão, porque se a nossa mensagem não for de encontro com a necessidade deste povo, ele não nos ouvirá nem participará conosco do projeto/processo de libertação. “Aqueles(as) que se dispuseram a pregar e testificar ouviram não apenas o chamado de Deus, mas, também o clamor do povo”.
· Eu desci para livrá-lo: Este é o principal gesto, o mais significativo, Deus não vê de longe, nem tão pouco ouve ou fala de longe, Ele se aproxima e faz com que seus enviados (Moisés e Arão) se aproximem também. 

A missão acontece no Egito, e não em Midiã. É preciso sair do comodismo e do aconchego de Midiã e ir para o Egito. A Igreja só vai aprender a fazer missão quando ela sair de dentro de si e envolver-se na lama daqueles que amassam o barro dos tijolos do sofrimento e da dor impostos pelo sistema de Faraó. Neste sentido, o projeto missionário da igreja deve nascer não dentro dela, mas dentro da realidade da comunidade que ela quer alcançar. 

A Igreja Metodista tem uma dinâmica de pensamento muito parecida com o que acabamos de mencionar. Tudo na vida da Igreja Metodista é analisado sob os verbos: ver, julgar e agir. Esta premissa não foge do projeto estabelecido por Deus: ver, ouvir (para julgar entender) descer (envolver-se, agir).

4- O Objetivo da Missão é Implantar o Reino de Deus
Agora podemos definir o que é missão:
“Nosso Deus é um Deus missionário, e sua missão é implantar o seu Reino na terra.”.

Tanto no Antigo Testamento, quanto no Novo Testamento, a intenção do coração de Deus, do começo até o fim dos tempos é Salvar o Mundo. Neste sentido, a razão da existência da Igreja, ou tudo o que ela pensa e faz deve girar em torno da missão de Deus.

A evangelização deve obedecer a este princípio maior e motor. A mensagem proclamada na evangelização deve refletir o projeto missionário de Deus: Implantar o Reino. Neste caso, o Reino de Deus é maior do que a Igreja, especialmente a Igreja Metodista. Assim, “a finalidade da Missão não é angariar discípulos. Fazer discípulos significa preparar os homens que reconhecem a ação de Deus afim de que eles participem da Missão”.

O objetivo da Missão é implantar o Reino de Deus. O objetivo do discipulado é capacitar e equipar aqueles que entenderam o objetivo da missão e desejam participar dela. A missão exige envolvimento com o ser humano e a denúncia do sistema teológico/ideológico/social que o oprime. A implantação do Reino de Deus torna-se então sinônimo de missão. 

Quando falamos do Reino, falamos em primeiro lugar de justiça, dignidade e restauração da vida. O que despertou o desejo e o interesse do povo de aderir ao movimento instituído por Moisés foi a promessa da restauração da dignidade e da justiça na vida doe todos, representada pela presença de Javé e pela promessa de saída do Egito.



[1] Texto produzido pelo Pr. Genildison da Silva Ribeiro, ex-aluno da FaTeo (formandos de 1999), pastor da 4ª Região Eclesiástica da Igreja Metodista (MG/ES)

Colonização Agrícola

Colonização Agrícola e o seu Impacto Sobre os Modos de Vida Tradicionais

A partir da década de 70 segundo Teixeira, o processo migratório para Rondônia fica mais intenso devido o sonho do tão merecido pedacinho de chão. Gente vinda de todas as partes do Brasil com muito mais propriedade os de minas, Paraná, São Paulo e o sul do Brasil foram os desbravadores em sua maioria, construindo sonhos e desilusões. 
E ainda tem os aventureiros, os de migração fugida, a exemplo dos nordestinos, vindo de uma realidade caótica, suas Terras nada produzem devido o tamanho da seca no sertão nordestino e os inconformados onde estão que nos grandes centros urbanos sua presença torna-se meramente mais uma unidade dentro da comunidade e esse indivíduo profissional querem ter a oportunidade de fazer parte da direção tanto econômica bem como da organização comunitária-religiosa-política.
Há um relato de um medico do Rio de Janeiro nesse livro que diz:

“No Rio de Janeiro a minha importância dentro da comunidade não aparecia; e isso acabava concordando com uma não participação no processo atual. Aqui não. Aqui numa cidade pequena, você queira ou não, você participa do processo decisório; da sua opinião e ela é ouvida e discutida.” TEIXEIRA. P. 194 

Vale há pena perguntar, de quem de fato pertence nossa Rondônia? Pessoas de formação bem como incultas vieram na mesma direção em busca de algo. Uns para subalternos e outros para serem patrões. Nesse sentido o cenário geográfico político começa a ter uma nova roupagem. 
A mata que outrora era a grande fonte de vida para os seringueiros e índios, agora se transforma num grande cenário de disputa econômica, entre o capitalismo tendo como ponta de lança os latifundiários (médios produtores e grandes fazendeiros) e os povos da floresta com a sua cultura de subsistência familiar. Nesse sentindo temos dois campos de ação, a de preservação da natureza, pois dela tudo se extrai e a devastação, onde para se produzir precisa-se de espaço.
Todo o aspecto migratório seja ele, na horizontal ou na transversal precisa ser mais bem ordenado. Um dos fatores para a desigualdade social e a má distribuição de renda-posse, onde causa enormes bolsões de pobreza, seja nas cidades ou na zona rural. 
Fato esse que no processo da colonização não foi levando em consideração, o que levou a ter sérios confrontos pelo direito da Terra, a exemplo de Corumbiara. Nesse sentido “a posse da Terra” ela tem dois universo muito bem dividido entre as classes sociais, os seringueiros tem na Terra com parte inerente de suas vidas, nela está o principio para o surgimento de vida. Sua existência depende dela e ele sente parte dessa terra (não seria bíblico esse sentimento com relação à terra?). 
Por sua vez, os proprietários médios e grandes produtores, que tem na Terra sentimentos de posse-objeto, onde sua relação não passa de mercadologia. Como se não bastasse virar moeda troca também é sugada ate o fim nas suas riquezas naturais.
 Esse é o sentimento refletido no coração do colono seringueiro traçado no relato do pesquisador onde ele diz:

Na parte dos rios e dos peixes nós (nos) sentimos prejudicados, porque antigamente existia fartura de peixe, caça bicho de casco, tracajá, tartaruga. E hoje, como a chegada do pessoal novato, aglomerou muito o numero de povos e aquelas coisas não existe mais. Ate mesmo os rios que é da natureza, que homem nenhum fez e que não pode ser vendido, as pessoas que receberam terras embeiçando aquele rio querem dominar aquele pedaço. Ali ninguém pesca nem faz uso da água: nem para piquenique nem para tomar banho. Tudo é proibido porque que recebeu a terra encostada no rio. TEIXEIRA. P 203

A Terra ela é finita nos seus recursos naturais, sabemos disso hoje, mas uns 30 anos atrás já pensavam na necessidade de um melhor manejo da Terra, claro que isso não era pensamento dos influenciados pelo capitalismo, era de ordem de ambientalista, os próprios seringueiros vendo sua fonte de vida se esvaecendo e sangrando ate o fim e outros segmentos.  
A migração para uma terra longínqua de familiares de seu habitat natural fez com que muitas famílias perecessem nas duras e sobrinhas matas de Rondônia. Pessoas que não conheciam a região, nem sua forma de vida, como dela se auto sustentar. 
Até que suas situações fossem legalizadas pele INCRA vivia a mercê da própria sorte, pediam, trabalhavam de domestica, oficinas mecânicas, serrarias e extração de madeira. Fato importante é que a forma de transporte era o mais precária, era o conhecido “pau de arara” meses em uma estrada barrenta e esburacada. 
A posse das terras pelos novos habitantes (colonos) era feita as duras penas de caminhas com cacaio nas costa e em lombos de burros e cavalos de horas e dias mata a dentro, essa é a historia de minha família que chegaram aqui no fim da década de 60, final do Km 23 e linha 128, onde meu avô alem de adquirir Terra para sim também para seus filhos lotes lado a lado. Os principais locais para se estabelecer deu se entre Vilhena e Porto Velho as margens da BR 364.
Com a desapropriação dos seringueiros os colonos agora donos desse pedaço de chão encontra na extração do látex, tanto a seringa como o caucho sua fonte de renda mesmo que provisória. Todavia essa pratica não é afinado como as dos nativos, que fazia da extração seu meio de vida. 
Os colonos estão aprendendo a fazer manuseio dessa profissão que ira por hora tira-lo da crise. Os olhos do colono estava mesmo era na extração de madeiras nobres tipo: mogno, cerejeira e outras. Ao que parece, a colheita da borracha era um pretexto ou um meio de fazer duas coisas ao mesmo tempo, conhecer a mata e os locais onde estão as arvores e colher a borracha.
Ao que me parece ser, os colonos vindo do sul do Brasil parece ter uma visão diferenciada da Terra. Suas praticas anteriores era de preservação do meio onde se vive e trabalha, as arvores, mata tem uma relação muito forte com seu modo de vida. Quando aqui chega (Rondônia) o exemplo e o modo de cultura é predatório, há falta de tecnologia mesmo que seja rudimentar tipo arados movido pelos burros etc., mas suas praticas no sul era selecionada e culturalmente diversificada. Logo a natureza não é uma aliada do homem e sim obstáculo tanto para o progresso quanto para o capitalismo.   

“Aqui não se usa machado. É só motosserra. Eu acha que era um crime a gente fazer aquilo, uma infelicidade... A gente tem dó de derrubar uma arvore (há) tanto tempo vivendo, por exemplo uma castanheira, dentro de cinco minutos a gente destrói ela. Mas o que a gente vai fazer? A parte desmatada que vai se usada para a lavora não pode aí deixar a castanheira (mesmo), porque o fogo passa e ela acaba quebrando.” TEIXEIRA. P 215

Embora os sulistas tenham uma boa relação com a terra, ainda assim não é nada frente o tratamento que o seringueiro da à mãe terra. O solo é um lugar sagrado. A profanação desse santuário se dar por dois vieses; quando o homem ganancioso movido por seus instintos inescrupulosos violentos a simplicidade e profana o homem natural (seringueiro), fazendo dele sua marionete, agora que o tornou dependente e viciado, têm acesso livre ao sagrado. Agora sem lei. Que ironia, amparado pela lei pode fazer o que quiser e como quiser nessa época.
Essas Terras desde o inicio e ao longo dos tempos tem sido motivo de grandes desavenças, mortes e palco político. Seja índio, colonos ou seringueiros. A causa primaria é justamente de quem é a terra? Índios as defendem como sendo deles bem como os seringueiros que a priori vivem relativamente bem por ter um estilo de vida similar com a chegada dos colonos a rivalidade muito mais entre os índios tem sido noticiado, escrito. 
Entretanto os conflitos não fica somente entre os nativos e colonos o próprio INCRA como também a FUNAI, aparato do Estado, tanto para a repressão como para manipular são objetos causantes de contenda, desprezando tanto a casa como a cultura local e o ambiente de convívio dessa família dizendo:

Se um seringueiro fizesse ali uma pele de borracha (ele dizia): bota essa imundice lá fora! É por isso que vocês são (considerados) preguiçosos! Eles (e aqui incluiem os colonos) comparam o povo daqui com “bicho do mato”, enquanto eles são os cabeção, os paletó grosso. Eles desprezam nós, relato de um seringueiro de JaruTEIXEIRA. P. 237         

A presença do Estado nessa época não configurava segurança da ordem, distribuição das Terras e do desenvolvimento agrário nem mesmo amenizava os impactos na natureza nem nos desapropriamento indevido nem nos conflitos agrários entre colonos (médio produtores agrários e fazendeiro) e índios. A sorte esta dada e é claro, os benefícios tinha que possuía a maquina administrativa na mão seja a prefeitura ou o Estado. 
A violação dos diretos de posse era frenquente, resolvia se na bala, mata se o nativo, chefe da casa ou do pequeno seringal e intimida o restante da família e os domestico da casa forçando os a iram embora. Uma mulher seringueira diz:

Eu vivo aqui em jaru desde 1944... criei cinco filhos (...) cortava seringa (...) corto seringa nas terras dos outros (...) eles não querem dar seringa pra gente cortar (...) o INCRA me deu terra (...) longe perto dos índios (...) não gosto de trabalhar nas terras dos outros (...) queria arrumar terra para meus filhos; acho que eles têm direito, pois todos são filhos daqui deste Jaru (...) TEIXEIRA. P. 247

Os anos se passaram, e as dificuldades continuam as mesmas. Os grupos de resistência seringalista, embora já não mais com o mesmo fervor e aquela abundancia perene nem mesmo a látex é objeto de cobiço e comercio para todos os lados que se via em sua época.  
Mas o velho sonho de sua terra ainda é presente na lembrança dos velhos, os jovens filhos e netos bis netos só uma historia, uma saga de sua família para talvez ser contada em sala de aula de forma tímida e reprimida. Porque não a sua origem sua historia não é a dos desbravadores megalomaníaco fazendeiros que fizeram furtuna na desgraça de muitas famílias desapropriada para o seu sonho mesquinho e egoísta. 
Assim é a vida dos pobres desbravadores e preservadores da sua mata. “Se não houver justiça para os pobres, que não haja paz para os ricos

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TEIXEIRA, Correa Carlos. Visões da Natureza, Perseguição e, em Rondônia. São Paulo/SP. Ed UMESP, 1889.  RESUMO DO CAP. III – a Colonização Agrícola e o seu Impacto Sobre os Modos de Vida Tradicionais.

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