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DESISTINDO DE VIVER

1-Ao SENHOR ergo a minha voz e clamo, com a minha voz suplico ao SENHOR. 2-Derramo perante ele a minha queixa, à sua presença exponho a minha tribulação. Sl. 142. 1-2

No 14º boletim Eurotrials, Saúde em Mapas e Números apresenta informações sobre o suicídio, em Portugal, na Europa e no mundo. Os motivos apresentados para o suicídio foram: desemprego, velhice, solidão, doenças, pobreza ou alguma tipo de perturbação psicológocios. Estima se que ocorra cerca de 849.000 suicidios por ano, no mundo inteiro. O suicídio é uma das três principais causas de morte em indivíduos dos 15 aos 34 anos. Em todo o mundo ocorre um suicídio em cada 40 segundos. A taxa de suicídio aumentou 60% nos últimos 45 anos.

O que fazer quanto estamos sofrendo interiormente e desistindo de viver?

Seja sincero na oração a Deus (v. 1-2): Na angustia o salmista ora a Deus: “(1) Com a minha voz clamo ao Senhor; com a minha voz ao Senhor eu suplico”. Ele não esconde de Deus sua dor e sua crise: (2) Rasgue o seu coração.

Entendo que nem sempre você encontrará auxilio humano (v. 3-4): Louvamos a Deus pelos terapeutas. Podemos e devemos buscar auxilio em especialistas. Mas na angustia o salmista percebe que pessoas estavam lhe armando laços, ao invés de lhe ajudar: (3) O salmista percebe que não havia nenhum auxilio humano: “(4) Olha para minha mão direita, e vê, pois não há que me conheça; refugio me faltou; ninguém se interessa por mim”. Nem sempre você encontrará auxilio no ser humano.

Busque em Deus sua paz e seu refugio (V. 5-7): O salmista direcionado na sua busca em Deus: (5). Ele reconhece que Deus é o único que pode lhe salvar: “(6) Atende ao meu clamor, porque estou muito abatido; livra me dos meus perseguidores, porque são mais fortes do que eu”. Quem pode te libertar e te dar refugio é o Senhor. Jesus disse:

“Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Jo. 10. 11

Rev. Edison C. Sardinha. Devocional 365 dias com Deus. Ed. Cedro vol2. 2008. P 308

EM TUDO DAÍ GRAÇAS!

Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. 1 Ts 5. 18

Ando preocupado com a quantidade de reclamações que ouço diariamente. Parece que tudo é muito difícil, fazer os trabalhos, estudar, ate mesmo para servir na igreja é complicado, etc. Ao mesmo tempo, essas pessoas reclamam de seus maridos/esposas, dos filhos, do trabalho, do chefe, ou do desemprego, da falta de trabalho, etc.

Parece que estamos caminhando em direção ao povo de Israel, não aquele que entro na terra prometida, mas aquele que não chegou lá. Por quê? Pelo pecado da murmuração. A gratidão parece me estar fora do nosso vocabulário. Mas, mais uma vez insisto, parece disto vem de dentro de nossas casas. Você já percebeu, por exemplo, que ate em pedir algo em casa, não se usa a expressão por favor, você pode me ajudar, mas: faça isto, ou aquilo, pega isto ou aquilo, etc. E quantas vezes você agradece por aquilo que o outro fez por vc? A sensação que tenho é que todo mundo esta achando que todo mundo é seu/sua empregado/a.

Você é alguém grato? Você agrade a Deus pela vida, pelo alimento, pelas oportunidades de trabalho? Você esta feliz em fazer parte do povo de Deus? Você prazer em estar na presença do Senhor? Será que você não anda reclamando de mais? Quero fazer um desafio a você nesta semana: procure reservar um tempo para sua vida devocional, com seriedade, tempo para ler a palavra, meditar e orar.

Neste tempo, separe o primeiro momento somente para agradecer: agradeça nominalmente pelos seus familiares, um a um, depois, pela sua igreja, seu trabalho, sua casa, etc. Depois faça uma lista de cinco bênçãos que você recebeu neste último mês, semana, ou ate mesmo no dia de ontem. Coloque esta lista diante de seus olhos e medite nelas. Quantas bênçãos alem destas cinco você ainda poderia citar?

Finalmente, faça uma lista das cinco coisas que você mais reclama. E passe a agradecer a Deus pela transformação delas, seja através da sua vida ou da vida de outras pessoas envolvidas nesta situação. Quero desafiar você a estabelecer um novo propósito diante do Senhor: de não reclamar mais! Você está disposto/a a este novo tempo?

Fonte: Rev. Marcos Antonio Garcia. Devocional 365 dias com Deus. Ed. Cedro vol2. 2008. P 309

“PRAZER EM CONHECER VOCÊ?”

Se o SENHOR Deus não edificar a casa, não adianta nada trabalhar para construí-la. Se o SENHOR não proteger a cidade, não adianta nada os guardas ficarem vigiando. Sl. 127. 1

Preste atenção na expressão acima: Prazer em conhecer você! Ou um bordão de uma humorista que depois de discutir com todo o mundo, olha para a câmera e pergunta: “te conheço”? A expressão é conhecida nossa! Quando somos apresentados a alguém utilizamo-la para dizer que estamos satisfeito com a possibilidade de uma nova amizade! Ou já definimos que não estamos interessados em ouvir a opinião do outro: “te conheço”?

A primeira expressão esta sempre presente, pode ser em nosso trabalho, na nossa escola, ou através de amigos nossos, ou até mesmo em nossa vizinha! Isto significa que estamos tendo contato com alguém que não conhecemos pelo menos pessoalmente, e agora estamos tendo esta oportunidade.

O que isto tem a ver que este momento? É que se não tomarmos cuidado com o ritmo de vida que levamos, qualquer dia deste ao chegar em casa vamos utilizar esta expressão: prazer em conhecer, para o nosso cônjuge, ou para nossos filhos, ou de um irmão para o outro! A vida que temos levado, o corre corre, o stress, vai nos afastando cada vez mais uns dos outros! Eu quero lhe dizer: com certeza Deus esta querendo falar com você, comigo neste dia! Precisamos viver em família! Temos a família no sangue, temos a família na fé, mas somos chamados e precisamos viver em família!

Gostaria de desafiar você a responder em oração algumas perguntas:

· Quanto tempo tenho gastado em oração pela minha família?

· Quanto tempo gasto com meu trabalho?

· Quanto tempo gasto com minha esposa ou meu marido?

· Quanto tempo gasto com meus filhos?

· Quanto tempo gasto com meus amigos?

· Quanto tempo gasto com lazer com minha família?

· Quanto tempo gasto

· Quantas vezes julgo mais importante ganhar, ter, acumular do que ter a família?

Lembre-se “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalha os que a edificam” Sl. 127. 1

Fonte: Rev. Marcos Antonio Garcia. Devocional 365 dias com Deus. Ed. Cedro vol2. 2008

TESOUROS ESCONDIDOS

Leia 2 Coríntios 4.7-15

Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. 2 Coríntios 4.7

No museu de história natural que visitamos em Washington, D.C. (EUA), o setor preferido de meu filho foi uma grande exposição geológica. A primeira parte era formada por rochas encontradas em locais profundos, frios, escuros e praticamente esquecidos. A seguinte mostrava rochas de formatos e tamanhos incríveis, cheias de cristais extraordinariamente coloridos, criados pela pressão do calor no interior da Terra. Mais adiante, encontramos rochas mais comuns - descoloridas, malformadas ou ocas. No entanto, ao observar de perto, pude perceber nelas os primórdios das lindas cores encontradas em cristais delicados, polidos e finos.

Ao admirar aquelas maravilhas, pude perceber o que Deus já sabe: essa deve ser nossa aparência ao sermos moldados pelas experiências das provações e desafios da vida. Mas dentro de nós há um tesouro aguardando para ser formado e polido pelas mesmas pressões das lutas que marcam nossa vida diária. Se perseverarmos, esse tesouro será aperfeiçoado, de modo que outros possam ver nosso exemplo e sejam levados a Cristo. Em vez de nos deformar, nossas lutas podem nos refinar, moldando-nos em melhores servos de Deus.

Oração: Senhor, ajuda-nos a ver como nossas lutas cotidianas podem nos ajudar a crescer e a nos tornar mais semelhantes a Cristo. Em nome de Jesus. Amém.

Pensamento para o dia: De que modo minhas experiências estão me moldando hoje?

Miriam Piñero (Porto Rico)

Oremos para que vejamos as lutas como oportunidades.

MEDITE: SALMO 146

Guia Devocional No Cenáculo 07de Novembro de 2008


QUANDO NÃO SE PODE ESTAR PRESENTE

Leia Gálatas 6.1-10

Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo. Gálatas 6.2

Moro distante de minha família, cerca de seis horas de carro. Alguns de meus parentes enfrentam agora desafios com sérios problemas de saúde, e alguns tomam conta de minha tia e de outros familiares que precisam de ajuda. Como não posso estar lá com freqüência para ajudar minha família, às vezes me sinto deprimida e impotente. No entanto, aprendi que posso encontrar conforto ajudando meus amigos locais. Embora não possa fazer o jantar para meus familiares, tenho a oportunidade de preparar uma lasanha para minha amiga que caiu recentemente no gelo e quebrou o braço.

Posso convidar outra família para jantar enquanto sua cozinha é reformada e ainda há cinco crianças para alimentar. Sinto alegria em ajudar as pessoas. Servir é uma dádiva que resulta num duplo serviço de consolo: um para as pessoas que ajudo e outro para mim mesma. Fico feliz em saber que membros da igreja de minha tia preparam suas refeições até que ela consiga voltar a se levantar. Quando todos carregamos os fardos mutuamente, honramos a Deus. Embora não possa carregar diretamente os fardos de meus familiares distantes, posso ajudar a fazê-lo aos que estão próximos a mim. E no círculo de fé, outras pessoas podem aliviar o fardo de minha família.

Oração: Ó Deus, lembra-nos de que quando não podemos estar perto de nossas famílias podemos encontrar conforto ajudando aos que estão perto de nós. Em nome de Jesus. Amém.

Pensamento para o dia: Deus nos chama a servir onde estamos.

Anjie Greene-Martin (Wisconsin, EUA)

Oremos pelas pessoas que vivem longe da família.

Guia Devocional No Cenáculo 06 de Março de 2008

UMA LONGA E ESCURA NOITE

Leia 2 Coríntios 1.8-11

Contudo, já em nós mesmos tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós, e, sim, no Deus que ressuscita os mortos. 2 Coríntios 1.9

Meu médico disse-me, ao telefone, que eu tinha um câncer em estado avançado. Pensei: Meu Deus, tenho filhos pequenos, uma esposa amorosa e uma carreira em ascensão! Será esta a minha sentença de morte? Eu não tinha certeza de que isso era uma oração ou uma pergunta. No início, como Paulo, senti-me tão insuportavelmente esmagado que entrei em desespero; nem sequer conseguia orar. Durante os dezoito meses de tratamento e após um transplante de medula óssea, encontrei paz e conforto repousando nos braços de Deus. Não foi só a minha própria fé que me tirou do desespero.

Minha família, amigos, congregação e conhecidos por todo o mundo tinham orado por mim. Estranhos, que só me conheciam de conversas com meus filhos adolescentes pela internet, oraram a Deus por mim. Não estou curado, mas depois de onze anos, ainda agradeço pelas bênçãos que recebi por intermédio das orações de tantas pessoas. Deus ainda me socorre. Atravessei essa longa e escura noite da alma, até um lugar onde posso orar outra vez. Agora sei que Deus, meu protetor, caminha comigo dia após dia.

Oração: Senhor amado, ajuda-nos a sentir Tua presença e Tua paz mesmo nas noites mais sombrias de nossas almas. Oramos como Jesus nos ensinou, dizendo? Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o Teu nome... Amém?

Pensamento para o dia: Quem precisa de minhas orações?

Doug Kevilus (Texas, EUA)

Oremos pelas pessoas recentemente diagnosticadas com câncer.

Guia Devocional No Cenáculo 26 de Fevereiro de 2008


UM CORPO FERIDO

Leia Jo. 20.19-23
Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. - Jo. 13.34

Alguma vez você já se questionou por que o corpo do Cristo ressurreto ainda carregava as feridas dos cravos e da lança após a ressurreição? Creio que é porque Deus quer que nunca nos esqueçamos de como nós ferimos uns aos outros; porque Ele quer que saibamos que, apesar de nossa capacidade para ferir, a capacidade de perdão de Deus é ainda maior. Na leitura bíblica de hoje, o Cristo ressurreto retorna aos que o negaram e abandonaram e concede-lhes paz. Nós precisamos de paz. A triste verdade é que mesmo na Igreja, Corpo de Cristo, nós ferimos uns aos outros.
Cada um de nós é culpado de infligir sofrimento, assim como cada um de nós já sofreu nas mãos de nossos irmãos e irmãs. Nós fazemos e dizemos coisas que não são de Cristo. Na igreja onde sou membro, nós recentemente vivemos uma situação na qual um líder saiu depois de ser profundamente magoado. Pedi seu perdão, e ele o concedeu. Creio que nós ferimos a Cristo também. Se ganhei alguma sabedoria ao longo dos anos, foi esta: o modo como fazemos as coisas dá testemunho de Cristo tanto quanto aquilo que buscamos fazer. Em outras palavras: o fim não justifica os meios, se os meios forem errados. Nossos meios devem estar de acordo com o caminho, a verdade e a vida de Cristo.

Oração: Amoroso Deus, lembra-nos de que quando ferimos uns aos outros, também ferimos a Ti. Ajuda-nos a amar e cuidar uns dos outros como Tu farias. Em nome de Jesus. Amém.
Pensamento para o dia: Quando nos ferimos uns aos outros, ferimos a Cristo.

Mike Ripski (Tennessee, EUA)
Oremos pelos lideres das igrejas.
MEDITE: 2 CORÍNTIOS 9

Guia Devocional No Cenáculo 24 de Fevereiro de 2009

AGORA E SEMPRE

Leia Salmo 90

Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus. Salmo 90.2

Há alguns anos, fui a uma reunião familiar em uma pequena aldeia na costa norte da Noruega. Como sempre acontece quando visito o lugar, fui tomado pelo cenário: a luz especial; as cores; o cheiro de algas e peixes; os gritos das gaivotas; e a visão das montanhas imensas. Uma manhã, caminhamos pela aldeia e notamos muitas mudanças, ocorridas ao longo dos anos. As velhas e pitorescas casas de madeira foram substituídas por edifícios novos. O local da antiga casa de meus avós se transformara em um estacionamento.

Achei muitas das mudanças deprimentes. No entanto, quando entrei no piso superior da casa de meu primo, tive uma visão diferente da vizinhança. Olhando para o sul, vi uma montanha espetacular em uma pequena ilha no oceano. Ao norte, podia ver outras belas montanhas. Tudo o que a humanidade faz mudará, mas o mar e as montanhas parecem permanecer os mesmos. Isso me enche de confiança e paz e me faz lembrar do amor e das promessas de Deus. "Jesus Cristo ontem e hoje é o mesmo, e o será para sempre" (Hebreus 13.8). Nosso ambiente está sempre sujeito a mudança, mas podemos nos lembrar de que Deus está conosco hoje e sempre.

Oração: Deus amado, graças por estares junto a nós em todas as mudanças na vida. Agradecemos-Te por Tua fidelidade. Em nome de Jesus. Amém.

Pensamento para o dia: Deus prevalece em todas as mudanças da vida.

Laila Karin Geitz (Akershus, Noruega)

Oremos pelas pessoas que temem pelo futuro.


Guia Devocional No Cenáculo 25 de Abril de 2009

DEUS PROVÊ

Leia Lamentações 3.22-26

As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade. Lamentações 3.22-23

Era uma manhã gelada de dezembro em Minnesota, levantei-me cedo, preparando-me para o trabalho. Havia dito a meu chefe que desejava me aposentar no final do ano. Meu coração estava pesado, cheio de pensamentos ansiosos sobre como iríamos nos arranjar com uma baixa renda depois da aposentadoria. Com uma xícara de café na mão, olhei pela janela da cozinha. A luz do sol da madrugada brilhava contra o grosso tapete de neve em nosso quintal. Estava momentaneamente absorto diante da beleza serena da paisagem, quando notei uma baforada de vapor subindo no canto mais afastado da cerca do nosso quintal.

Era a respiração de um coelho sentado junto à cerca. De frente para o sol, o coelho baixou a cabeça e pegou alguma coisa largada sobre a neve. Começou a morder sossegadamente o que fora provido. De repente, ocorreu-me que minhas necessidades serão providas se eu confiar em Deus e deixar com Ele as minhas ansiedades e fardos. Subitamente, meus medos foram varridos e, quando saí para o trabalho, meu coração estava repleto de esperança e gratidão.

Oração: Senhor, ajuda-nos a confiar em Ti e a entregar-Te nossas ansiedades e fardos. Em nome do nosso Senhor Jesus. Amém.

Pensamento para o dia: Deus, que nos trouxe à vida, cuidará de nós todos os dias de nossa vida.

Ebenezer R. Vedamuthu (Oregon, EUA)

Oremos pelas pessoas que estão próximos da aposentadoria.

Medite:2 Coríntios 12

Guia Devocional, No Cenáculo 01 de Abril de 2009

O DISCÍPULO OU A DISCÍPULA



Quem é o(a) discípulo(a)?
Falamos de discipulado, elaboramos estratégias para implementar este programa, que caracteriza o modo bíblico de ser Igreja. Mas precisamos nos deter um pouco mais no grande objeto desta ação de Deus, e cuja responsabilidade ele concedeu à Igreja. Qual seja o discípulo ou a discípula.
Comecemos na dimensão lingüística a expressão mathetes, que quer dizer discípulo, ou, no cotidiano da língua, o aprendiz, alguém que se dispõe a aprender com um mestre, uma profissão, uma arte, um estilo de vida. O termo é usado no Novo Testamento maiormente para indicar os que foram iniciados na fé cristã por Jesus, os 12 discípulos, passando a ser ampliado a todos os seguidores, alunos(as) de Jesus (cf. At 6.1).
Que são, em essência, todos que aceitam Jesus como Senhor e Salvador, e em seu nome são batizados, tornando-se para o resto da vida discípulos(as). Quer dizer, quem segue a Jesus e dEle aprende, segue aprendendo pelo resto de sua vida. Ainda que no Corpo de Cristo venha a ocupar a posição de mestre, pastor(a) ou profeta, jamais pode deixar de ser discípulo do Senhor Jesus. Não pára nunca de apreender. (cf. Gl 1.12). É humilde, é ensinável, seu coração está sempre aberto a aprender, afinal é um aprendiz, um aluno, sim, um discípulo.
O discípulo é seguidor do mestre. Falamos do mathetes, o discípulo, aluno, aprendiz de Jesus, alguém desejoso de aprender. A este substantivo, que é fundamental no discipulado, une-se o conceito transcrito no verbo akoloutheô, que significa ir para algum lugar com outra pessoa, acompanhar, ir atrás de alguém, seguir. No Novo Testamento, o termo aparece 80 vezes, sendo 70 delas nos Evangelhos; o ministério de Jesus, sua caminhada é o grande objeto desta relação de seguimento.
Sua chamada é decisiva, quem o segue é o convertido, alguém alcançado pelo carisma, poder de Deus, em Jesus. Por isso, seu convite ilustrativo no início do Evangelho: “... o tempo está cumprido, e o Reino de Deus é chegado, arrependei-vos (mudem de mente, de rumo), e crede no Evangelho.” (Mc 1.15). A seqüência desta passagem é junto ao mar da Galiléia: “... vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.
Então eles deixaram imediatamente tudo e o seguiram.” (Mc 1.17-18). A expressão que fecha o verbo é a forma do aoristo grego do verbo citado de seguir, acompanhar. Gosto das expressões de J. Jeremias; na sua teologia do Novo Testamento, ele diz: “Jesus vê os homens correndo para sua perdição. Tudo está pendente por um fio. Esta é a última hora. O prazo da graça está passando. Jesus incansavelmente, assinala o perigo da situação presente. Este é o último minuto para buscar o acerto com seu adversário (cf. Mt 5.25; Lc 12.58s).
Ou em qualquer instante pode ressoar o aviso: é chegado o noivo! E como na parábola das 10 virgens o cortejo nupcial entra na sala, com as lâmpadas acesas, e é fechada a porta (cf. Mt 25.1-12). Cuidado para que não falte azeite na sua lâmpada ... Em uma palavra, relatos iguais a este querem dizer: Converta-se enquanto há tempo. A conversão é a exigência da hora, e é necessária não somente aos tidos pecadores, mas também dos que a seu juízo não tinham necessidade de penitência (cf. Lc 15.7); é para as pessoas que não cometeram pecados grosseiros. Para elas também é urgentíssima a conversão.”
Este estado da vida humana exige a conversão, e a evidência disto é: “Segue-me! Ele ... o seguiu.” (Mt 9.9). É sucinto, mas claro, tanto o convite a Mateus, Levi, como a resposta deste. Em seguida Jesus dá uma direção ao jovem rico: “Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres... depois vem e segue-me.” (Mt 19.21).
Aqui é radical e imediato o convite ao jovem rico; ou seja, converta-se e siga-me. A conclusão é que ao nos convertemos e seguirmos a Jesus, nos tornando então seus discípulos (as), dEle aprendendo, por Ele atraídos, ou como diz o Apóstolo Paulo: “Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo.
Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele...” (Fl 3.7-8). Lembrando que para seguir não podemos nos afastar dEle, ou perdê-lo de vista. O discípulo de Jesus é diferente do discípulo dos Rabis; seu seguimento é para toda vida, e seu aprendizado nunca acaba.
Características básicas do Discípulo ou da Discípula. Além do que mencionamos da natureza do discípulo-discípula, deixem-me repartir algo mais acerca do perfil do (a) discípulo(a). Considero importante sublinhar algo mais, porque o Senhor Jesus fez severas exigências aos que queriam ser e aos que seriam seus(suas) discípulos(as); algumas delas são praticamente esquecidas nestes dias de culto ao prazer, à vaidade. É a ética deste tempo que ensina que devemos usufruir o melhor que esta vida pode oferecer, custe o que custar. Cristãos estão vivendo mais esta ética que a ética do seguimento a Jesus, o discipulado.
A tendência que vemos é pastores e pastoras, lideranças em geral, se conformando a esta situação, e mesmo aderindo a isso, construindo uma teologia do prazer e do bem-estar que, indiretamente, reforça os valores de uma sociedade distante do Deus bíblico. Edificamos uma religião de compensação, de prazer, de muito a receber, e de nenhuma doação da vida, entrega, mudança de caráter, sim, nova vida e novo nascimento. Por isso, reconstruir a trajetória de o que é um discípulo, biblicamente, é reconstruir a base da igreja, ela não é verdadeiramente composta de membros sem compromisso, mas de discípulos(as).
a) “Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.” (Lc 14.26). Tive muitas dificuldades com este versículo, porque família é algo decisivo, maravilhoso, além de bíblico. Mas, hoje, entendo que Jesus estava definindo prioridades, e prioridades saudáveis.
Pois a exigência de Jesus é que devemos amá-lo e servi-lo com todo o nosso ser, e este amor a Jesus gera em nós tamanha graça, unção e poder, que os primeiros beneficiários são os mais próximos a nós, nossa família. Tenho ensinado que na vida do discípulo, a ordem é esta: 1) Deus (Jesus); 2) Família; 3) Igreja e a missão. Reconheço que alguns por força da missão e do discipulado, têm pago um preço e com ele e sua família. A expressão é que além da família, ele aborrece sua própria vida. Ou seja, não há discipulado sem negar nossos próprios interesses.
b) Abnegação – “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue ...” (Lc 14.33). Aqui, há uma continuação do que dissemos acima, e muito mais. Negação não é o mesmo que renúncia. Esta é abster-se de alimentos, roupas, prazeres, posses, mesmo temporariamente, que é o mais comum (caso de quem jejua). Negar-se a si mesmo é um desafio ao discípulo, para atender um projeto de vida e seguimento a Jesus. Significa, sim, total submissão a Cristo, “... não mais eu [...] mas Cristo vive em mim.” (Gl 2.20).
Para ser discípulo do Senhor Jesus, é preciso abandonar tudo. Este é o inconfundível significado das palavras do Salvador. Não importa quanto possamos objetar a uma exigência extrema assim, não importa quanto possamos rebelar-nos contra uma política impossível e imprudente como essa – permanece o fato de que esta é a Palavra do Senhor, e Ele pretende dizer o que diz.
De início, devemos encarar estas verdades inexoráveis: Jesus não fez esta exigência a uma certa classe seleta de obreiros cristão. Disse: “... todo aquele que entre vós ...” Não disse que devemos estar simplesmente desejosos de abandonar tudo. Disse: “... todo aquele que dentre vós renuncia...” Não disse que devemos renunciar somente a uma parte da nossa riqueza. Disse: “... todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem...”
Não disse que uma forma diluída de discipulado seria possível ao homem apegado aos seus tesouros. Disse Jesus: “... não pode ser meu discípulo.” Na verdade não deveríamos surpreender-nos com esta exigência absoluta, como se fosse à única indicação desse tipo na Bíblia. Como Wesley acertadamente disse: “Juntar tesouro na terra é tão claramente proibido por nosso Senhor como o adultério e o homicídio.”
Escolher a cruz – “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz,...” Devemos fazer uma correção ao conceito popular de cruz. Dizem no meio do povo: “... esta enfermidade é a minha cruz.” Ou: “Meu marido, que bebe muito, é a minha cruz.” Isto é um equívoco; tais casos podem ser chamados de opressão, tribulação, mas nunca de cruz.
Cruz é algo que o(a) discípulo(a) decide e escolhe deliberadamente. Muitas vezes, como foi com Jesus, é algo que gera até crítica ou humilhação. É optar pelo desconforto, pela perseguição, exemplificando, são os ultrajes vários que foram acumulados, lançados contra Jesus, contra Paulo, contra Wesley; este teve proibida sua pregação nos templos anglicanos.
Disposição para seguir em toda e qualquer situação – “... tome a sua cruz e siga-me.” (Mt 16.24). Bonhöeffer, em seu livro sobre o discipulado, comentando o chamado de Levi (Mateus), diz o seguinte: “Soa a chamada, e logo se segue o ato de obediência – o seguiu.” (Mc 2.14). Ele comenta que o texto, estranhamente, faz silêncio sobre o que se passa entre chamada e seguimento; não explica. E então dá a sua explicação: “Por que não há explicação? Porque para esta justaposição de chamada e ação só existe uma razão válida: o próprio Jesus Cristo. É ele quem chama, e por isso o publicano O segue.
A autoridade sem reservas, direta e fundamental de Jesus é testemunha neste encontro... “O fato de Jesus ser o Cristo dá-lhe todo o poder para chamar e para exigir obediência à sua Palavra.” Eu acrescento, o poder atraente e constrangedor da chamada de Jesus, está no poder do Espírito de Deus que estava sobre Ele. Isso precisamos nós: ouvidos para a ouvir Deus, e unção para chamar em nome de Deus.
Amor à Igreja, amor aos perdidos. “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Rm 5.8). Deus depende dos discípulos e discípulas para tornar conhecido o seu amor pela Igreja e pelos perdidos. Lucas 15 é uma sucessão de parábolas que ilustram a festa no céu por cada pecador que se arrepende. É o que é a Igreja, senão a comunidade dos pecadores arrependidos da vida de pecado, e dispostos a viver para Deus.
Cristo amou a Igreja! Esta não é uma frase original. Veja o que disse Paulo aos Efésios: “Maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.” (Ef 5.25-27). Jesus amou a Igreja e a escolheu para ser sua noiva, e sua mensageira ao mundo. A ação fundamental do Espírito do Senhor no mundo se dá na Igreja e através da Igreja.
Consistem em pecado grave levantar nossa língua contra a Igreja, que, afinal, somos nós mesmos, especialmente, nós, pastores (as) e líderes. Jesus quer que a Igreja seja espiritualmente saudável, e isso passa pela vida dos (as) discípulos (as); é exigência do Senhor que amemos a Igreja, o Corpo de Cristo, os irmãos e irmãs. “Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” (Jo 13.35). Amar a Igreja é orar por ela, integrar-se a ela, preservar sua unidade, etc...
Cristo amou o mundo, chorou por Jerusalém, e teve compaixão do povo, pois eram ovelhas sem pastor. Isso obriga a que o(a) discípulo(a) tenha, como Cristo, paixão, amor pelos perdidos; na linguagem de Wesley: “Paixão pelas almas. Restituir esta paixão no coração dos discípulos e discípulas é restabelecer a ordenança de Jesus á Igreja.”
“[Pois o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las.] E seguiram para outra aldeia.” (Lc 9.56); “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” (Mt 11.28). “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” (Mc 16.15).
Todo o (a) discípulo(a) qualquer que seja seu ministério deve estar sempre impregnado de um profundo amor pelas vidas sem Cristo. John Knox orava pela Escócia objetivamente: “Senhor, dê-me a Escócia ou eu morro”. John Wesley exortava os pregadores leigos: “Vamos todos ter um só objetivo. Vivamos só para isto, para salvar as nossas almas e as almas daqueles que nos ouvem.” Este zelo é que o(a) discípulo(a) precisa restaurar em sua vida, a cada dia.

Blendinger, C. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. São Paulo: Ed. Vida Nova, 1984. p. 658, 659.
Jeremias, J. Teologia del Nuevo Testamento. Madrid: Ed. Cristiandad, 1977. p. 182.
Mc Donald, William. O Discipulado Verdadeiro. São Paulo: Ed. Mundo Cristão, 1979. p. 3.
Bonhöeffer, D. Se não morrer, Fica Só. Lisboa: Ed. Alegria, 1961. p. 43-44.
Duewell, Wesley. Em Chamas para Deus. São Paulo: Ed. Candeia, 1994. p. 100-101.

Paulo Lockmann é Bispo da Igreja Metodista e Bispo da 1ª Região Eclesiástica

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